terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

NAÇÕES LUTA PARA MANTER A TRADIÇÃO

Mesmo sem carnaval, Nações luta para manter a tradição
Sem desfile há alguns anos e com pandemia, desafios se tornaram ainda maiores


O recente anúncio da prefeitura do Rio de Janeiro em cancelar os eventos carnavalescos, que estavam previstos para o meio do ano, mostram o quão grave ainda será o impacto da pandemia no setor cultural carioca e brasileiro.

Grupos de teatro, artistas plásticos, companhias de dança, escolas de samba, blocos carnavalescos, clubes, aliados a centenas de profissionais de diversas áreas pensam de que maneira sobreviver a mais um ano de paralisações dos eventos presenciais.

Sem carnaval oficial desde 2016, a cidade de Cubatão mantém viva a esperança de dias melhores para todo ecossistema cultural da cidade. E em meio a tantas notícias ruins, a escola de samba Nações Unidas tenta tirar desse momento a lição de que somente reforçando as raízes que sustentam a nossa cultura popular será possível reestruturar a vertente artística da cidade que é berço de poetas, músicos, escritores, dançarinos, etc.

Com o projeto chamado “Uma viagem cultural e social pelo Samba Enredo”, a agremiação está organizando uma publicação para o próximo mês e que vai contar um pouco da história da agremiação, mas que prioritariamente pretende fazer um resgate das obras compostas desde a fundação da escola, as quais muitas possuem conexões com fatos relevantes da história e atualidades.

O trabalho organizado por Fabrício Lopes, Diretor de Carnaval da agremiação, mostra como a escola ao longo dos anos se dedicou em apresentar temas que de alguma maneira fossem relevantes diante do momento histórico vividos pela cidade e pelo país.

“Ao observar o conjunto da obra, fica evidente que temas relacionados à ancestralidade, história geral e crítica social, sempre foram os principais enredos. Isso mostra que de alguma maneira, mensagens duras da realidade chegaram ao público de uma maneira mais descontraída, cumprindo assim uma função de conscientização social em meio a uma atividade cultural”, ressaltou Lopes.

Para Thiago Oliveira, presidente da escola, será a oportunidade de apresentar uma nova perspectiva sobre o papel que o carnaval exerce na sociedade. “Aparentemente uma escola pequena em uma cidade pequena só pensa no carnaval enquanto festa, mas esse nunca foi o nosso caso. A Nações sempre se preocupou em ser porta voz de temas essenciais para o povo. Quem tiver oportunidade, leia com atenção os sambas de 1992 [Brasil com Z] e 2002 [No tititi da CPI] e terão a oportunidade de ver que não é de hoje que trazemos mensagens por um país melhor”, disse.

A publicação tem previsão de pré lançamento para 15 de fevereiro de 2021 e deve estar disponível ao público amante das curiosidades do carnaval a partir de março. Por conta da pandemia, a escola pretende aguardar um pouco mais para reunir as pessoas que ajudaram a escrever toda essa história para celebrar, no momento a ideia é reforçar que a arte e a cultura da cidade permanecem vivas.

“Essa não será uma publicação estática, é uma obra viva”, destaca Fabrício Lopes. “Ela é o primeiro passo de um grande projeto de resgate não apenas da história da Nações, mas do carnaval cubatense como um todo. Sabemos que falta muito ainda e estamos abertos a ouvir as histórias de quem fez parte da nossa história e ampliar e atualizar a obra. Se possível, estamos abertos a ajudar as outras escolas da cidade a fazer um trabalho similar e no futuro lançar uma edição conjunta”, conclui.

Quem desejar fazer contato, enviar fotos, vídeos, histórias, pode fazê-lo pelo e-mail contato@gresnacoesunidas.com.br ou pelo WhatsApp (13) 99796 7568.